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Os donos do mundo

“Os homens estão destruindo o mundo”. Citação do Lucas, depois de ver notícia depois de notícia de imprudência e agressão. Realmente, parece que esses últimos meses houve um levante de irresponsabilidade e niilismo. O que mais me assusta é o descaso com a consequência dos atos dessas pessoas a terceiros.

Homens adoram dizer que as mulheres são muito difíceis, mas essa dificuldade de compreensão não é nada perto da sua potencialidade de fazer merda. Mulheres discutem muito, certo, mas dificilmente agridem. Se fazem de difícil, certo, mas na maioria das vezes é por falta de interesse mesmo.

Só pra deixar claro, quando digo “homens”, não estou generalizando, mas citando uma categoria específica de homem, que todo mundo conhece, e com quem felizmente não convivo. É o homem que se acha dono do mundo. Aquele que sai da boate tonto dirigindo (rápido ou não, em carro esportivo ou não), que acha que mulher é serviçal, que se acha melhor que os outros porque é mais forte, mais bonito, mais rico ou mais “estudado”. Esse homem está destruindo o mundo.

A mulher não quis ficar comigo? Vou causar dor física. Ou então ela tem que ser uma lésbica. Parafraseando o último caso aqui em BH, “Mulher tatuada ou é lésbica ou é puta”, e se não quis ficar comigo, acho que é lésbica, então vou mostrar pra ela o que é ser tocada por um homem pra ela aprender, mesmo que não queira. Homem desse tipo é ainda pior porque protege seus semelhantes. Não acha esse tipo de atitude nada além de normal. Quem se revolta é encrenqueiro, recalcado, está no lugar errado. E está mesmo, não é? Afinal, eles não mandam no mundo?

Num país conhecido pela impunidade e pela lei do mais rico, é apenas natural que esse tipo de gente apareça na sociedade. E os números só vão aumentando. Mas tem que haver revolta, inibição, xingar muito no twitter, no facebook, difamar, pra todo mundo saber que pode não ter consequência legal, mas se depender de quem fala, eles estão todos fudidos.

Não, meus queridos, não é ok usar a força pra subjulgar uma mulher (ou qualquer pessoa). Não, as mulheres não são todas umas putas e a balada não é self service. Não, mesmo que ela tenha tatuagens e se vista de forma ousada, não lhe dá ao direito. Não, não é ok achar que a rua é seu playground e arriscar matar outras pessoas com seu brinquedinho importado novo. Não, não é certo falar pro mundo de uma mulher, no seu maior momento de sensibilidade, que comeria ela e seu filho não nascido. Não, nosso corpo não é público, e só deve ser tocado com permissão.

Não, vocês não são os donos do mundo e sim, nós vamos revidar. Umas com palavras, outras com chutes no saco. Eu com ambos. E ai de qualquer um que ameaçar alguém na minha frente. Pode ser uma completa desconhecida, vai ter meu apoio e meus joelhos, cotovelos, unhas e pulmões.

Raça desunida? Vocês vão ver só com quem mexeram.

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Arquivado em Belo Horizonte, opinião, pessoal